No Rio de Janeiro os legisladores aprovaram a reserva de cotas para negros e indígenas. Vejo essa ação como mais um passo na contra-mão da história, quando as pessoas ficam cada vez mais cheias de separatismos e corporativismos.
Não quero entrar na questão de desigualdade social através dos séculos que atrapalharam a vida dos que não eram brancos em nossa tão miscigenada terra brasilis, apenas ressalto que estamos, cada vez mais, abrindo escopos para a caracterização de outras discriminações.
Nos tempos coloniais e escravocratas, era péssimo negócio ser negro ou indígena, mas não era nada bom não ser europeu. Gente, mesmo branca, nascida nos confins desse mundão "descoberto" por Cabral era de pouco valor.
Passados alguns séculos, as pessoas continuam a se agregar em grupos, exaltando algumas características e tentando conseguir para si facilidades em tudo.
No caminho que estamos seguindo, em breve vamos ver manifestações para cotas para militares, para evangélicos, para presidiários, para mulheres, para tatuados, para idosos, para doentes (doentes de verdade: luéticos, aidéticos, tuberculosos, hepatíticos), e outras categorias que não consigo prever agora.
Duro vai ser para aquelas pessoas que não se encaixarem em tantas listas. Será que elas terão oportunidade a se candidatar a alguma vaga numa universidade ou num emprego público. Ou elas terão que se mobilizar para exigir uma cota para elas também?