sábado, 15 de dezembro de 2012

Pancadaria não é à toa.


Dois fatos me chamam a atenção nessa nossa sociedade do fim da era de Aquário, que só chega ao final daqui a mais de 500 anos: a hipersexualidade das pessoas, com grande liberdade sexual para ser o que bem se entende, e a hiperviolência, em muitos casos tratada como esporte. Em ambos os casos acredito que exista uma boa dose de publicidade que faz com que as pessoas acreditem que viver situações com essas características, de alguma forma é bom.
Ser gay em nossa sociedade é quase uma obrigação para ser socialmente aceito. E curtir violência também faz parte inerente de nosso dia-a-dia. Mas não falo daquela violência das "facções criminosas", do crime organizado ou da polícia. Falo da violência de nossas mentes. Mentes e corações que se satisfazem com jornalismo de qualidade duvidosa, jogos de computadores nos quais o participante tem que roubar e matar tantos quantos apareçam à sua frente, pouco importando se são zumbis ou inocentes transeuntes.
Falo da violência de lutas-vale-tudo transmitidas pela televisão como forma de garantir uma descarga catártica por parte dos telespectadores. Homens lutando num ringue, se arrebentando um ao outro, tirando sangue para o júbilo pervertido dos cidadãos que precisam assistir tais programas para se sentirem realizados, pois em suas pacatas e medíocres vidas não conseguem dar vazão à agressividade.
E nesse momento há um componente igualmente perverso, mas de cunho sexualizado: o prazer erótico em ver aqueles atletas no ringue. Essas lutas devem excitar as mulheres que procuram ver nesses homens aqueles combatentes que tudo fariam para tê-las nos braços. Devem também mexer com o imaginário dos telespectadores masculinos, excitando os núcleos homossexuais deles, afinal eles têm prazer em ver aqueles corpos musculosos e suados que se agarram e se esmurram.
Não creio que seja coincidência que esses dois momentos tão importantes no comportamento das pessoas estejam acontecendo ao mesmo tempo e com tanta veemência.
Já que é para viver a sexualidade, e ela pode ser tanto hetero, quanto homo; e a violência também pode ser expressada para dar uma válvula de escape aos neuróticos modos de viver que inventamos para nós mesmos, por que  não unir, logo, as duas facetas? O útil ao agradável?
Danado vai ser quando os lutadores, em vez de fazerem careta um pro outro, trocarem beijinhos...
      

domingo, 16 de setembro de 2012

Volta Folia



Nova música em processo de gravação. Aqui uma descontraída apresentação no hall de entrada da TV Universitária, com o arranjador ao violão e o autor na voz, acompanhado pela cantora Lenira Souza.
A composição é minha e o arranjo foi feito pelo maestro Hamilton Florentino.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Isso é Grave. Isso é Greve!


Brasília, 11 de setembro de 2012, 10 horas da manhã. Entro na aeronave da TAM para voltar a Recife e recebo o jornal Primeira Chamada, do qual algumas páginas foram escaneadas e  publicadas abaixo. 
Em sua primeira página (foto 1) o jornal editado pela Agência Estado, a mesma que publica o jornal O Estado de São Paulo, destaca que uma "Greve vira arma contra Obama em Chicago". Essa matéria é desenvolvida no editorial Internacional e toma a metade da página 8 (foto 2). Em outro editorial, o Vida, na página 10 (foto 3) há uma referência de apenas 1/4 de página às greves das Universidades Federais brasileiras cujo teor não dedica absolutamente nenhuma importância ao fato, apenas cita o desenrolar do movimento, diferentemente da abordagem ao fato acontecido nos EUA que mostra implicações políticas, educacionais e econômicas. 
A Agência Estado com sua linha editorial deixa bem claro que uma greve de professores municipais de Chicago, no estado norte-americano do Illinois é muito mais importante que a greve que paralisou 98% das Instituições Federais de Ensino Superior do Brasil - leia-se Universidades e Institutos Técnicos. 
Talvez seja distorção de minha percepção achar que algo de estranho está acontecendo na mídia brasileira quando ela se refere às greves que atingem o governo e o povo brasileiro de forma tão inócua e desprezível, mas, sinceramente, não consigo entender o porquê da greve de lá ser tão mais importante que a nossa... 
Isso é grave!   


foto 1

 foto 2


foto 3

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Cotas sem cotação no mercado


Tem muita gente comemorando a aprovação, no congresso, do aumento da cota social nas universidades. Os alunos oriundos das escolas públicas e os socialmente desfavorecidos terão maiores oportunidades de ingressar nas universidades públicas. Vejo isso com pouco ânimo. Não quero com isso alijar grande parte da população brasileira dos estudos em uma universidade gratuita, mas não sou favorável a esse tipo de postura para resgatar ou redimir décadas de abandono e descaso por parte das autoridades à essa parcela sofrida da população. Acho que o empenho devia ser em busca de melhorar o ensino público nas bases ao invés de facilitar o ingresso lá em cima. Fazendo isso o governo acaba por nivelar por baixo o ensino superior e, em vez de garantir progresso para o país, só faz atrapalhar essa difícil caminhada já que os estudantes não estão preparados para ela.
Infelizmente não é raro encontrarmos nos bancos das faculdades pessoas que não sabem escrever seu próprio idioma pátrio, e não entendem o que leem nos livros. Envolvidos que estão com a prática social e sabendo que esses alunos “fizeram um primário mal feito” os professores começam a ser cada vez mais condescendentes e baixam cada vez mais os critérios para aprovação, fazendo com que os alunos aprendam cada vez menos, mas mesmo assim não deixem de sair com seus diplomas.
Para que ter diploma sem conhecimento? Como confiar em profissionais que mal sabem redigir um parágrafo e não entendem nada do que leram. Se é que leram. Como disse antes, o erro não está em deixar esses alunos entrar na universidade, mas em deixá-los jogados ao léu durante os anos iniciais de suas vidas estudantis. O erro é não investir em professores e escolas que sejam boas de verdade. O erro é fazer de conta que eles aprendem alguma coisa quando vão para a escola só atrás da merenda. O erro é distribuir bolsas assistencialistas às famílias fazendo-as acreditar que não precisam se empenhar para viver. Maior erro é acreditar que entrando na faculdade as coisas vão mudar para melhor. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Profissionais ruins, público pior ainda.

Cada vez que acesso a internet dou uma olhada nos sites UOL e Globo para me informar do que anda acontecendo no mundo e sempre me surpreendo com a quantidade de babaquice publicada nesses portais. Não só impressionam com o enorme número de baboseiras que os editores querem que sejam notícias, mas também pela qualidade delas. 
Por exemplo, acho incrível que no mundo de hoje, onde as crianças podem ver pela internet cenas que nem os adultos viam nos cinemas pornôs há 30 ou 40 anos, existam tantas matérias que se preocupam com a calcinha que apareceu quando alguém se abaixou, o peito de uma apareceu no decote, e outras idiotices relacionadas à nudez. 
As olimpíadas de Londres deram ânimo aos pervertidos de plantão que se deliciam com fotos de atletas durante os treinos ou nas competições. São momentos retirados de uma sequência de movimentos e levados aos píncaros da fama, apontados que são como constrangedores. Sinceramente, acho constrangedor um portal de informação se preocupar com tamanha falta de estética e publicar tais matérias.
Mas parece que o público está sedento por essas coisas, daí as publicações.
Penso que se publicassem matérias bem articuladas e inteligentes haveria mais gente acessando esses portais. 
Mas talvez eu esteja errado. E haja vergonha para encarar tamanha ignorância pública.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Olhando bem...

                                                 Essa conseguiu superar todas...
 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Os donos da cidade


Crônica escrita e radiofonizada em junho de 2002

Imagine que você mora numa casa alugada. Nem deve ser muito difícil. Regularmente você paga aluguel ao dono. Ele é quem se beneficia do valor pecuniário que recebe, mas é você que se beneficia do morar. Entretanto morar não significa apenas ter uma porta para abrir ou fechar na hora de sair e entrar. Significa ter um lugar que precisa ser limpo, cuidado, pintado. Você precisa não sujar, fazer aquele melhoramento para que você possa viver melhor e ter uma boa qualidade de vida.
Imagine se você esperasse que o dono do imóvel onde você mora fosse varrer ou limpar a sua casa.  Acho até que não iria dar certo.
Nossa cidade funciona da mesma forma. Só com uma pequena diferença: nós somos os donos dela. A isso se chama de coletividade.
E cada um de seus moradores e donos têm para com a cidade deveres a serem cumpridos diariamente, a todo instante.
Você não é o responsável pela limpeza, alguém fará isso por você. Ótimo. Mas você é o responsável pela sujeira urbana? É você quem joga lixo nas ruas? É você quem não procura uma lata de lixo e joga na calçada aquele papelzinho que está na sua mão? É você quem entope de lixo uma sacolinha plástica e acha que o gari é  o responsável se a sacola rasgar e o lixo derramar-se todo pelo chão?
É você  que acha que a borracharia é a única responsável pelo pneu que você acaba de deixar ali? Escolha uma que garanta que o lixo que você está deixando lá não vai ser jogado num canal.
A sociedade é complexa e múltipla. Todos nós somos responsáveis por tudo que ocorre em nossa cidade.
Se você não se acha responsável pelas favelas que proliferam nos barrancos que caem a cada chuva, responda se você faz alguma coisa para pagar melhor aquela sua empregada ou empregado e ajudá-la a sair daquela moradia.
Responda se você votou no candidato que poderia fazer alguma coisa por aquelas pessoas, ou votou naquele que proporcionaria mais vantagens para você mesmo? Como você vê, o cobertor é um só. Se puxar muito para cá, vai faltar para cobrir noutro lugar.
Se você está coberto, tente arranjar mais espaço para os outros embaixo deste cobertor. Se você está descoberto junte-se com seus vizinhos e em vez de só abrir a boca para reclamar a falta de ação dos donos da cidade, lembre-se que vocês também são donos e que já é hora de colocar os braços para agir em consonância com as palavras.
A cidade, a sociedade, eu, você e todos os outros viveremos muito melhor.  

Alguém nos ajude, por favor!




A MP 568/2012 prejudica os trabalhadores dos Hospitais Universitários

A MP 568/2012 é a mais pura demonstração de que o governo não está disposto ao diálogo com os Servidores Públicos, com este instrumento, alterador de pauta do Congresso Nacional, impõe o sistema de rolo compressor dos aliados para funcionar, qual fez com a MP 520 (EBSERH), e pior quem achou que teve algum ganho, a MP acaba de arrochar ainda mais os já minguados salários dos Técnico Administrativos das IFES (PCCTAE) que recebem Insalubridade e Periculosidade, ou seja, em sua grande maioria os que trabalham na área de Saúde.
Se para alguns a esperança, a Medida Provisória 568/2012 significa aumento porque nela contem o texto integral do PL 2203 que concede reajuste de 4% na remuneração dos docentes do magistério superior e EBTT, retroativamente a 1º de março de 2012. Com outra sorte, a mesma MP arrocha salários, detona com a insalubridade e periculosidade, joga pesado contra os profissionais da Saúde, tais como: Enfermeiros, Médicos e Veterinários, impondo o congelamento dos valores acima da tabela do PCCTAE dos cálculos de insalubridade e periculosidade que se encontravam no sistema até o dia de antes da MP e pagamento da tabela vigente, 20 e 40 horas (rebaixamento com os mais velhos) aos novos médicos e veterinários a partir de agora. Um bom prêmio para aqueles que cuidam da Saúde Pública  ... esse é o governo dos que dizem defender os trabalhadores.
É a maldade suprema e tudo em nome de uma falsa ou mentirosa isonomia entre os trabalhadores, deixando de lado anos e anos de trabalho duro e acumulativo em seus organismos com agentes químicos, agentes físicos e agentes biológicos, isto sem falar da medíocre periculosidade (risco eminente de morte), quem vai arriscar a vida por R$ 180,00? Esse é o Brasil Carinhoso da Dil-má!
Em resumo, é isto que o governo federal esta propondo MP 568/2012 na Seção XXIV - Dos Adicionais de Insalubridade e de Periculosidade, Art. 86, quando afirmar que:
A Lei no 8.112, de 1990 passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, perigosos ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas, ou com risco de vida, fazem jus a um adicional, conforme os valores abaixo:
I - grau de exposição mínimo de insalubridade: R$ 100,00;
II - grau de exposição médio de insalubridade: R$ 180,00;
III - grau de exposição máximo de insalubridade: R$ 260,00; e
IV - periculosidade: R$ 180,00.
................................................................................” (NR)
Art. 87. Caso o disposto nesta seção acarrete redução do valor global da remuneração total de servidor ativo que, na data de entrada em vigor desta Lei, vinha recebendo adicional de insalubridade ou de periculosidade, a diferença será paga a título de vantagem pessoal nominalmente identificada de, conforme o caso, adicional de insalubridade ou de periculosidade, de natureza provisória, que será gradativamente absorvida por ocasião do desenvolvimento no cargo por progressão ou promoção ordinária ou extraordinária, da reorganização ou da reestruturação dos cargos ou das remunerações previstas nesta Lei, da concessão de reajuste ou vantagem de qualquer natureza, sem prejuízo da supressão imediata na hipótese do art. 68, § 2º, da Lei no 8.112, de 1990.
Mas, por amor ao debate, vejamos o exemplo do enfermeiro (a), entre tantos outros exemplos, ou seja:
- Um trabalhador enfermeiro (a) com 30 anos de casa e que esteja classificado por dentro do nosso plano de carreira (PCCTAE) como E 4 16, salário básico de R$ 5.650,00, recebendo 20% de insalubridade por trabalhar, por exemplo na Unidade de Infecção Hospitalar, então ele recebe R$ 1.130,00, de insalubridade e com a nova Lei do governo Dilma, este enfermeiro receberá R$ 260,00 + VPNI (fixa) de R$ 870,00 que ficará décadas sem ser reajustada, pois há anos não temos mais dissídio lineares, não é?
Agora, um exemplo pior, digamos que dois enfermeiros, um entrou 1 dia antes da promulgação MP 568/2012  e o outro no dia da publicação da MP 568/2012 que já tem efeito de lei, vejamos:
1 - O enfermeiro (a) que acabou de entrar no serviço publico um dia antes da publicação, estará classificado como E 1 1 (PCCTAE), recebe insalubridade máxima de 20% do salário básico que hoje é de R$ 2.989,33, portanto, 20% de insalubridade é R$ 597,87, com esta MP nefasta, ele passaria a ganhar R$ 260,00 + VPNI de R$ 337,33 (fixo) de insalubridade e aquele outro azarado que entrou no dia seguinte da publicação da MP, receberá apenas R$ 260,00.
Enfim, o governo federal ao invés de ofertar ambientes salubres e não perigosos, prefere diminuir os valores dos referidos adicionais, portanto, mais uma vez, como antes foi na previdência publica, na privatização dos Hospitais Universitários (EBSERH), o governo demonstra cabalmente, toda a sua total falta de compromisso com o trabalhador público deste país. Em resumo, os trabalhadores futuros receberam uma merreca por se expor ao trabalho insalubre e periculoso. Nós do MovimentAção por um sindicato combativo vamos levar esta luta até o fim contra estes e outros pontos da MP 568/2012.
Assim, quando você estiver lendo a matéria do G1 e outras agências de Notícias que diz que o governo editou Medida Provisória que aumenta os salários dos Servidores Federais, entenda muito bem, de que lado está a grande mídia. Quando esta mesma matéria afirma que aumentou os valores da gratificação de insalubridade e periculosidade, já está ciente de qual safadeza ou sacanagem que o carinho da Dilma faz quando se trata de Servidor Público e principalmente das Universidades.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Quadrilhas de São João - Crônica escrita em junho de 2002


Há exatos dez anos escrevi essa crônica que era lida em um programa da Rádio Universitária AM.

Quadrilhas de São João

          O dia de São João, a 24 de junho, é o auge dos festejos juninos, expressão máxima das manifestações folclóricas e populares do Nordeste. A reverência religiosa foi sem dúvida o grande motivo para a origem dos festejos, porém essa tradição enfraqueceu-se com o passar dos tempos. O capitalismo se encarregou de dar novas cores, novos formatos, e o que é pior novos objetivos às festas juninas.
               Se antes o consumo de milho e seus derivados eram comuns por ser esta a época da colheita, hoje o consumo é orientado pelas peças publicitárias. Se o milho for a moda , coma-se milho, se for outra coisa... Será assim.
              Se antes se dançava quadrilha por pura diversão e socialização de seus integrantes, com trajes rotos ou com remendos costurados por cima da roupa, com um trio pé de serra tocando, hoje o que se vê são as produções teatrais, coreografadas, luxuosas, quase cinematográficas com som mecânico, estéreo, e arranjos eletrônicos, alguns feitos especialmente para a apresentação do grupo que visa o título de quadrilha mais original , mais luxuosa, mais bonita, mais isso, mais aquilo e um prêmio em dinheiro.
               Se antes juntavam-se os amigos para formar a quadrilha e se ensaiava durante duas ou três semanas antes do São João, hoje se marcam ensaios e formação das quadrilhas com meses de antecedência e se contratam profissionais para cuidar do figurino, dos ensaios, do som, etc.
                  É comum ver, já em setembro do ano anterior, as quadrilhas começarem a se preparar para o São João do ano seguinte.
                Se antes os erros eram motivos de alegria e davam o tempero da brincadeira, com integrantes chegando de última hora e aumentando a quadrilha, hoje o erro é motivo de punição e até de expulsão do grupo.
              Os colégios, que antes estimulavam essas manifestações, hoje deixam a iniciativa aos próprios alunos. Se eles quiserem que se responsabilizem pela organização. Os professores só trabalham a quadrilha com os pequeninos da primeira a quarta série. Será isso suficiente para que as tradições permaneçam? Não, não é e podemos observar isso. 
               Alguma coisa está errada, e nada está sendo feito para evitar a deturpação dessa manifestação. Parece inclusive que os governantes que cuidam da cultura primam por comercializar o evento em forma de grande produção, de espetáculo para turista vir, ver e deixar um bocado de dinheiro, que aliás parece ser a única coisa que interessa.
               Se tudo der certo então, breve será construído um quadrilhódromo para o desfile das agremiações. O problema vai ser definir aonde será construído esse monumento ao fim das nossas tradicionais quadrilhas de rua. Na briga estão Caruaru e Campina Grande que disputam o título de cidade com o melhor, o maior e mais outras qualificações do São João do Nordeste, do Brasil e do mundo.


Carlos Dantas

sábado, 11 de fevereiro de 2012

No Bloco Perfumado do Cabanga

Neste ano, o Bloco Perfumado do Cabanga resolveu me fazer uma homenagem no seu carnaval, e isso, claro, me deixou bastante envaidecido e emocionado. Agradeço o carinho dispensado pela diretoria, na pessoa de Venilza Matias, e por todas as integrantes do bloco. Aproveito para parabenizar pelo munguzá, que estava uma delícia. Aproveite e ouça a música Amo você, Cabanga, Hino do Bloco no vídeo abaixo.


 

Amo você, Cabanga
Venilza Matias / Carlos Dantas

CABANGA, CABANGA

Esse bairro é pequeno
Mas é do meu coração
Não tem segurança, nem tem atração
Mas no carnaval
É uma explosão
Com o Bloco Perfumado
Que faz um arrastão

Cabanga, Cabanga, eu amo você
Com suas falhas e limitações
Pois o Bloco Perfumado
Faz esquecer as desilusões

Nós, carnavalescos
Desfilamos alegremente
Mesmo que não seja pra ninguém
Mostramos a toda gente
Que o nosso carnaval
É diferente









sábado, 28 de janeiro de 2012

Lógico!


A obra apresenta as duas principais vertentes da Lógica Formal, o Cálculo de Predicados (Aristóteles) e o Cálculo Sentencial (Boole, Frege), aplicados à intelecção e ao exercício retórico, mediante uma técnica inovadora, progressivamente introduzida a través de numerosos exercícios. Material suplementar poderá ser consultado na Web.

Eis o sumário:

- Introdução e orientações 
- Símbolos e abreviaturas 
- Capítulo I - SEMIOLOGIA E SEMIÓTICA
- Capítulo II - TEORIA DO CONHECIMENTO DE ARISTÓTELES 
- Capítulo III - LÓGICA MATERIAL: CÁLCULO SENTENCIAL 
- Capítulo IV - TÓPICOS TEXTUAIS 
- Capítulo V - CONCEITO 
- Capítulo VI - LÓGICA FORMAL 
- Capítulo VII - JUÍZO - PRIMEIRA PARTE 
- Capítulo VIII - JUÍZO - SEGUNDA PARTE 
- Capítulo IX - RACIOCÍNIO: PRIMEIRA FIGURA SILOGÍSTICA. 
- Capítulo X - RACIOCÍNIO: REGRAS
- Capítulo XI - RACIOCÍNIO: SEGUNDA, TERCEIRA E QUARTA FIGURAS 
- Capítulo XII - RACIOCÍNIO: SILOGISMOS ATENUADOS 
- Capítulo XIII - RACIOCÍNIO: REDUÇÕES S ILOGÍSTICAS E OUTROS CÁLCULOS 
- Capítulo XIV - TABELAS SEMÂNTICAS PARA CÁLCULO SENTENCIAL E DE PREDICADOS 
- Capítulo XV - FALÁCIAS E SOFISMAS 
- Anexo: Regras de inferência e equivalências para cálculo sentencial 
- Conclusão 
- Glossário e Índice de Matérias 
- Bibliografia

Se tiver interesse em adquiri-lo, custa 38,00 reais e já está disponível nas principais livrarias.
Para obter mais informações sobre o conteúdo, ou se quiser comprá-lo diretamente, acesse http://www.grupogen.com.br e clique em E.P.U.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Andando pra trás


Todo bom pernambucano sabe por que caçuá de caranguejo em Pernambuco não precisa de tampa: para cada um que vai subindo pra sair, tem sempre outro que o puxa pra dentro.
          Um bom exemplo do sinistro modus operandi dessa terra mauricéia é a política cultural assumida pelos nossos governantes.
          O carnaval de Pernambuco ganhou fama no Brasil por causa da diversidade de expressões típicas da época. Em cada cidade, cada bairro, cada clube, os foliões se agregam e botam pra fora suas mais incríveis manifestações de alegria.
          Aproveitando essa hiper-profusão de ritmos, danças, fantasias e tudo o mais que possa caracterizar o carnaval pernambucano, o Governo vende essa imagem do Estado como se aqui o turista fosse se divertir à beça com tanta coisa diferente pra se ver. Não chega a ser mentira, mas...
Sempre aparece um mas!
          Na hora de montar o carnaval para os pernambucanos – recifenses, em especial – há uma profusão, sim, mas de artistas e manifestações alienígenas, não só ao Estado, mas como estranhas ao carnaval.
          Artistas de nome “nacional” são contratados a peso de ouro para fazerem as festas carnavalescas dos pernambucanos. Esse ano teremos Ney Matogrosso, Seu Jorge, Beth Carvalho e Lulu Santos.
          Pra vender o Estado, o Governo passa a imagem da diversidade pernambucana, mas quem vier para ver o carnaval aqui vai encontrar esses artistas que não tem nada a ver com os frevos, maracatus, caboclinhos, ursas, troças e tudo o mais do nosso carnaval, e que, com certeza eles conhecem bem mais que nós.
          Se pararmos pra analisar bem, acaba sendo uma propaganda enganosa, afinal, qual o turista que vai sair do “sul maravilha” com o intuito de assistir um show de Lulu Santos ou Ney Matogrosso em pleno carnaval do Recife?
          Cadê as orquestras de frevo? Cadê os maracatus? Cadê os blocos líricos? Essas “atrações” não servem para fazerem apresentações nos palcos? Não é isso que o turista quer ver? Não é por causa disso que eles vêm gastar seu dinheiro aqui?
          Mas a culpa não está somente nos gabinetes dos burocratas governamentais. Ela também se encontra nos escritórios dos produtores chinfrins que só se interessam  em fechar contratos com as cervejarias e as cachaçarias multinacionais que lhes dão dinheiro em troca de “atrações nacionais”, geralmente indicadas por elas mesmas. 
          As “Virgens de Olinda” apresentam em destaque suas atrações: Grupo Molejo, É o Tchan, Calypso, Netinho (o baiano), Aviões do Forró e Garota Safada. Sem eles não haveria condições de contratar o pessoal da terra como Nono Germano, Alceu Valença, Almir Rouche, Gustavo Travassos e outros. Outros vão trazer Asa de Águia, Claudia Leite, Ivete Sangalo...
          Dessa forma as fábricas de bebidas decidem quem vêm, o que tocam, e o que é pior: o que você bebe, pois para fazer o patrocínio, eles exigem exclusividade de venda nas ruas, e os pobres vendedores se vêem impedidos de vender produtos da concorrência.
          Por um punhado de dólares nossa cultura vai pro bagaço.
          E o que começou com uma diversidade cultural, transformou-se num carnaval esquizofrênico, cheio de guetos, onde quem gosta de hip-hop, de rock, trash ou heavy metal, ou emo tem o seu palco montado para que essas pessoas não ouçam os acordes das músicas de carnaval.
Mas... não é carnaval?

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Não me lembro bem...


De repente não existe quando se trata de viver. As horas passam, viram dias, que viram meses, que viram anos, que nos deixam mais velhos. [Acho isso de "mais velhos" uma redundância, afinal de contas ninguém fica mais jovem...]
Aí, de repente, a gente acha que "de repente" envelheceu. É como se vivêssemos anestesiados e nos damos conta que a vida passou e não temos mais 9 anos; nem mais 19, nem mais 29... E vida afora somos assim.
Entre tristezas, alegrias e sentimentos nem tão nobres, nem tão extremos a gente começa a contabilizar as experiências e percebe que já são tantas que elas perdem o valor intrínseco, e nem como lembrança têm mais validade. Vivemos sim, lembramos sim, mas, e daí? Não quero dizer que nossas experiências e nossas lembranças não têm valor, mas dizendo que elas perdem a cor depois de tanto uso.
Marcamos nossas vidas com episódios que consideramos diferentes. Um nascimento, um encontro, uns dias de férias, um acidente, uma doença, ou qualquer outra efeméride que faça nosso calendário ser diferente, como se viver dias iguais não valesse a pena. Vivemos atrás de diferenças para acharmos que valeu a pena ter vivido.
Será que não vale a pena mesmo ter dias vividos sem que eles sejam transformados em efemérides? Se eles não forem marcados como iremos nos lembrar de tê-los vividos? E depois dessas perguntas, vem uma outra crucial: para que lembramos dos dias vividos? O que será que aconteceu comigo no dia 14 de junho de 2007? Ou no dia 23 de novembro de 2001? Ou mesmo no dia 10 de janeiro de 2010? Será que vou me lembrar do dia de hoje daqui há alguns anos?
Respostas? Não tenho ideia, mas que diferença isso faz?
Continuo vivo e levando adiante minha existência cheia de dias em que não acontece nada de extraordinário, entremeados com outros que me são lembrados até hoje, e serão no futuro.
Quem sabe, seria melhor que conseguíssemos esquecer nossas efemérides pessoais. Certamente nossas vidas seriam menos atribuladas e angustiantes, afinal vivemos andando pra frente, mas sempre olhando para trás.
Um brinde ao esquecimento.

  

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Vamos?


Ter coragem é quebrar a rotina e fazer novos caminhos. 
Tente. 
Comece o ano com uma atitude diferente.