sábado, 15 de dezembro de 2012

Pancadaria não é à toa.


Dois fatos me chamam a atenção nessa nossa sociedade do fim da era de Aquário, que só chega ao final daqui a mais de 500 anos: a hipersexualidade das pessoas, com grande liberdade sexual para ser o que bem se entende, e a hiperviolência, em muitos casos tratada como esporte. Em ambos os casos acredito que exista uma boa dose de publicidade que faz com que as pessoas acreditem que viver situações com essas características, de alguma forma é bom.
Ser gay em nossa sociedade é quase uma obrigação para ser socialmente aceito. E curtir violência também faz parte inerente de nosso dia-a-dia. Mas não falo daquela violência das "facções criminosas", do crime organizado ou da polícia. Falo da violência de nossas mentes. Mentes e corações que se satisfazem com jornalismo de qualidade duvidosa, jogos de computadores nos quais o participante tem que roubar e matar tantos quantos apareçam à sua frente, pouco importando se são zumbis ou inocentes transeuntes.
Falo da violência de lutas-vale-tudo transmitidas pela televisão como forma de garantir uma descarga catártica por parte dos telespectadores. Homens lutando num ringue, se arrebentando um ao outro, tirando sangue para o júbilo pervertido dos cidadãos que precisam assistir tais programas para se sentirem realizados, pois em suas pacatas e medíocres vidas não conseguem dar vazão à agressividade.
E nesse momento há um componente igualmente perverso, mas de cunho sexualizado: o prazer erótico em ver aqueles atletas no ringue. Essas lutas devem excitar as mulheres que procuram ver nesses homens aqueles combatentes que tudo fariam para tê-las nos braços. Devem também mexer com o imaginário dos telespectadores masculinos, excitando os núcleos homossexuais deles, afinal eles têm prazer em ver aqueles corpos musculosos e suados que se agarram e se esmurram.
Não creio que seja coincidência que esses dois momentos tão importantes no comportamento das pessoas estejam acontecendo ao mesmo tempo e com tanta veemência.
Já que é para viver a sexualidade, e ela pode ser tanto hetero, quanto homo; e a violência também pode ser expressada para dar uma válvula de escape aos neuróticos modos de viver que inventamos para nós mesmos, por que  não unir, logo, as duas facetas? O útil ao agradável?
Danado vai ser quando os lutadores, em vez de fazerem careta um pro outro, trocarem beijinhos...
      

Nenhum comentário: