sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Agressão nota 10,0


A cada dia que passa, ficam mais frequentes as notícias sobre agressão de alunos aos professores nas escolas. Um não gostou da nota que recebeu; outro sentiu-se humilhado pelo lente; um terceiro tenta roubar a professora que, ao se defender, deu o motivo para ser agredida. Um leva cinco tiros, outro sete facadas, outra é esmurrada, atingida por uma mochila... 
E assim a nossa sociedade vai se acostumando com essa barbárie. Os professores dizem que essa realidade desestimula a carreira docente, e que o número de professores vai diminuir em futuro muito breve.
Eu acho que esse número não vai diminuir, mas que vai haver uma mudança de perfil do docente.
Em poucos dias as vagas serão ocupadas por gente que gosta de usar a violência nos seus relacionamentos. Se aquelas pessoas que se realizam no exercício educativo vão se afastar das salas de aula, os "vingadores" serão os próximos ocupantes das vagas a serem preenchidas nas salas de aulas das escolas.
Eles não esperarão que os alunos sejam educados e respeitosos no ambiente escolar. Encarnarão o papel de "bad boys" e desafiarão os alunos a se manifestarem de forma incorreta durante a permanência na escola. Caso isso aconteça, serão os professores os primeiros a baixar a porrada na estudantada metida.
Como as sociedades mudam - mas não necessariamente para melhor -, poderemos ver em breve, relações dentro das escolas como aquelas existentes em meados do século passado, onde os professores tinham ao seu lado uma palmatória para punir, ali mesmo, com sua autoridade, o aluno rebelde. A sociedade da época achava isso normal e aceitava de bom grado a possibilidade da repreensão. Tempos idos!
Hoje vemos os alunos - e suas famílias - ameaçarem e agredirem os professores. Amanhã, não nos surpreendamos quando os alunos estiverem sendo educados na base da porrada pelos seus professores.
A "evolução" para esse quadro é natural, afinal de contas, é esse aluno que hoje agride o professor, que estará em atividade como adulto. E, certamente, muitos deles se encaminharão para o mundo escolar. Se enquanto aluno ele não respeita a autoridade do professor, imagina o que ele não vai fazer quando um aluno desrespeitar a sua autoridade. As mortes serão assunto frequente nos recreios escolares.
  

sábado, 30 de agosto de 2014

Acervos

Na porta da emissora eu e Onilda recebendo o carinho dos fãs

Depois de algum tempo, resolvi encarar de frente o trabalho de arrumar, dar nomes, catalogar, etc. e tal, os arquivos que guardei da extinta Rádio Universitária AM, da UFPE. Algumas gravações não têm o menor valor histórico, mas têm sentimental. Outras são importantes, sim. A última entrevista dada pelo cantor Hélio Portinhal, um desabafo de Guilherme Arantes, um encontro com Onilda Figueiredo, que transformei em "vídeo" para o YouTube com o áudio de sua participação no Programa da Boa Idade.
 
Outros tantos arquivos musicais de diversos blogs que ainda mantenho estão por lá também.
Os links abaixo direcionarão o interessado a alguns arquivos.

O Mundo é Brega
Animal Musical
Auto Musical
Cantando Mulher
Vela de Sebo

  Rádio Universitária AM/UFPE
  PGM com Hélio Portinhal
  PGM com Guilherme Arantes
  PGM Quintas às quintas, com Fátima Quintas
  Entrevista com Cauby Peixoto
 Vídeo de Onilda Figueiredo no YouTube
 PGM Outro Estilo

sábado, 12 de julho de 2014

Copa, cozinha e área de serviço - Lavando roupa suja

Depois de uma lamentável performance a seleção brasileira "volta pra casa" sem ter saído dela...
Tropeçando nos primeiros jogos contra adversários de pouca expressão, o Brasil conseguiu chegar às quartas-de-final onde encarou pela primeira vez um time de verdade, com o nome de Alemanha. Levou sete gols. Foi disputar o terceiro lugar com outro, chamado Holanda, e tomou mais três. Dez gols em dois jogos é uma realidade que expõe a fragilidade do que se chama time brasileiro. Na verdade não é um time, é sim, apenas um grupo de pessoas que juntas no campo, esperam que a cor da camisa ou a força do nome histórico da "seleção brasileira" consiga amedrontar o adversário e, pior, ainda por cima, faça gols. 
Dessa aventura desastrosa resta uma lição - que obviamente não será aprendida: o Brasil é um time como qualquer outro, que pode ganhar, empatar ou perder. De muito ou de pouco. Dessa vez foi a hora de perdermos. De muito. Precisamos mudar, sim. A seleção, e a nossa capacidade de encarar a realidade. 
Por que não nos tornamos, pelo menos, um pouco mais exigentes em relação aos nossos governantes?
Será que o trabalho deles repercute menos em nós que as lambanças que o time do Brasil faz em campo? 
Nossas derrotas nesses campos econômicos e políticos são bem mais vergonhosas e desastrosas, mas parece que aguentamos melhor esse fardo.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Transformações


É chegada a hora da Copa do Mundo de Futebol se realizar no Brasil e o que era pra ser uma festa vai aos poucos se transformando numa baderna generalizada. Por um lado os governos investiram muito dinheiro em obras que não lhes cabia o dever; por outro somente os estádios ficaram prontos, e as outras obras que deviam melhorar a vida dos torcedores não chegaram ao final (chegarão depois da Copa?). São obras de acesso rodoviário e aeroportuários principalmente, que foram feitas nas coxas, sem o planejamento necessário para sua conclusão e sua qualidade FIFA serem atingidas. O povo não é besta e não gostou do resultado da administração. Alguns grupos resolveram enfrentar o Governo e exigir Escolas e Hospitais no padrão de qualidade FIFA. Prometeram que não ia haver Copa. Se for assim o prejuízo será maior ainda. Sindicatos resolveram apelar e, por conta própria ignorando a Justiça, resolvem parar os trabalhos de seus associados de uma hora pra outra, aproveitando o mote da Copa. Ônibus, metrôs e trens que servem à população das grandes cidades são alvos constantes de paralisação. Somente dessa forma o movimento vai às mídias e o Governo fica com as calças nas mãos sem ter como sair da sinuca em que se meteu. O grande problema é que esse desserviço prestado à população pelos trabalhadores que reivindicam melhores condições de trabalho ultrapassa o bom senso e os limites sociais de uma greve. O desrespeito à Justiça, como se fosse apenas uma força a mais a ser detida, cria problemas de ética e moral civil e social, demonstrando que o Estado é fraco. Demonstrando que as pessoas não têm mais noção do que é direito nem sociedade, nem do perigo que correm ao institucionalizarem o poder feito pelas suas próprias consciências e mãos. A democracia é um estado que abrange muitas ideias, mas também é um estado que pode deixar de existir caso os excessos e desrespeitos sejam a regra a ser seguida. Isso equivale à Lei do Cão: Cada um por si e salve-se quem puder. Para por ordem, as Forças Armadas podem achar que precisam agir. E aí a história é outra. Já conhecida, por sinal. É a sociedade marcando um gol contra, e perdendo mais uma vez a oportunidade de melhorar com o evento que tem dentro de casa.    

terça-feira, 4 de março de 2014

Mas é carnaval...

Carnival masks in VeniceComo toda boa festa popular, o carnaval tem suas características próprias de acordo com o local onde está sendo realizado. Seja por interesses econômicos, sociais, particulares, estéticos ou artísticos, as manifestações são as mais distintas possíveis e, se isso, dá um cunho de riqueza à festa, dá também, por outro lado, possibilidade de desvirtuamento ao extremo do comportamento das pessoas e, por que não dizer, das sociedades como um todo.
Nas redes sociais, nessa época, pululam posts a favor e contra a nudez explorada ao máximo nos carnavais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Lá a mulherada só aparece na mídia se estiver nua. Coisas do carnaval... 
Será que é do carnaval, ou a mídia é que prefere fazer notícia desses acontecimentosO carnaval pernambucano segue a tradição dos antigos carnavais que primavam pelo uso da fantasia. Ainda há os concursos de fantasia, mas para a mídia, lantejoulas, lamês, plumas e paetês não são mais atrativos.  Mas em Pernambuco o carnaval - de rua e de graça, diga-se de passagem - continua com amostramento de fantasia. Folião que se preze não repete fantasia de um dia pro outro, e os blocos primam por exibir seus melhores figurinos, cores e criatividade a cada ano.
Se em Pernambuco a preferência é por mostrar o que se pode fazer "por fora", buscando uma igualdade visual com os outros figurantes, no caso de um bloco de carnaval, nos carnavais-bacanais do Sudeste, a exibição é para mostrar o "por dentro", ou seja, quantos mililitros de silicone aquela desfilante conseguiu colocar nos seios, ou quantos aquela outra conseguiu colocar nas  nádegas. A mídia, como matilha de lobos famintos, baba ao ver uma dobrinha siliconada de qualquer pretensa celebridade que desfila com um fiapo qualquer que foi colado ao corpo.
A sociedade de cirurgia plástica, as fábricas de silicone, e os hospitais deveriam ser os principais patrocinadores desses desfiles, afinal são eles os maiores envolvidos e interessados, mesmo que uma bunda fique invertida por não aguentar tanta sacolejada, ou que um peito fique mais parecido com uma lata que com uma mama. Mas são detalhes, apenas.
Como sugestão para os próximos carnavais, as desfilantes poderiam iluminar suas "fantasias" com piscas ou neon. Aí poderão falar com propriedade o famoso bordão: "aquela está com os faróis acesos!"