segunda-feira, 9 de junho de 2014

Transformações


É chegada a hora da Copa do Mundo de Futebol se realizar no Brasil e o que era pra ser uma festa vai aos poucos se transformando numa baderna generalizada. Por um lado os governos investiram muito dinheiro em obras que não lhes cabia o dever; por outro somente os estádios ficaram prontos, e as outras obras que deviam melhorar a vida dos torcedores não chegaram ao final (chegarão depois da Copa?). São obras de acesso rodoviário e aeroportuários principalmente, que foram feitas nas coxas, sem o planejamento necessário para sua conclusão e sua qualidade FIFA serem atingidas. O povo não é besta e não gostou do resultado da administração. Alguns grupos resolveram enfrentar o Governo e exigir Escolas e Hospitais no padrão de qualidade FIFA. Prometeram que não ia haver Copa. Se for assim o prejuízo será maior ainda. Sindicatos resolveram apelar e, por conta própria ignorando a Justiça, resolvem parar os trabalhos de seus associados de uma hora pra outra, aproveitando o mote da Copa. Ônibus, metrôs e trens que servem à população das grandes cidades são alvos constantes de paralisação. Somente dessa forma o movimento vai às mídias e o Governo fica com as calças nas mãos sem ter como sair da sinuca em que se meteu. O grande problema é que esse desserviço prestado à população pelos trabalhadores que reivindicam melhores condições de trabalho ultrapassa o bom senso e os limites sociais de uma greve. O desrespeito à Justiça, como se fosse apenas uma força a mais a ser detida, cria problemas de ética e moral civil e social, demonstrando que o Estado é fraco. Demonstrando que as pessoas não têm mais noção do que é direito nem sociedade, nem do perigo que correm ao institucionalizarem o poder feito pelas suas próprias consciências e mãos. A democracia é um estado que abrange muitas ideias, mas também é um estado que pode deixar de existir caso os excessos e desrespeitos sejam a regra a ser seguida. Isso equivale à Lei do Cão: Cada um por si e salve-se quem puder. Para por ordem, as Forças Armadas podem achar que precisam agir. E aí a história é outra. Já conhecida, por sinal. É a sociedade marcando um gol contra, e perdendo mais uma vez a oportunidade de melhorar com o evento que tem dentro de casa.