A fim de exercer o legítimo direito de ser folião, resolvi fazer uma "desomenagem" aos blocos líricos do carnaval do Recife. Prontinha para você ouvir aqui na minha interpretação.
Antiga Mente
Carlos Dantas
Não quero mais saber de
andar de bonde Tampouco, de viver de
ilusões
Pierrô, amarre toda a
poesia Com as cordas desses velhos
violões
As flores já murcharam
de saudade O galo, de tão velho, já
morreu
Eu quero é mais que o
siri esteja na lata Mas vai pro rio, que
o Ibama apreendeu
- Refrão -
Fica no passado antiga
mente E não venha mais me assombrar
Eu sou folião, não sou
demente Se não vivi, como é que vou me
lembrar? (bis)
Nunca vi aurora com o
sol se pondo Quero futuro e não mais
evocações
E aquele bimbalhar de
fantasias É bem melhor penduricar nos
barracões
As pastoras hoje não
pastoram nada Até o velho já desapareceu
A vassourinha tinha
cabo de madeira E o cupim, até a flauta,
ele roeu
Fica no passado antiga
mente E não venha mais me assombrar
Eu sou folião, não sou
demente Se não vivi, como é que vou me
lembrar? (bis)
Já não sou mais
inocente, nem rebelde Nem batuta, nem menestrel
no Pina
E não tenho mais Lily
no coração No carnaval sou folião, é
minha sina
Os valores do passado se perderam E o frevo na Bahia se meteu
Se você não entende
como canto isso É só porque você não
pensa como eu (bis)
Fica no passado antiga
mente E não venha mais me assombrar
Eu sou folião, não sou
demente Se não vivi, como é que vou me
lembrar?