domingo, 27 de outubro de 2013

Carnaval novo em tempo antigo


A fim de exercer o legítimo direito de ser folião, resolvi fazer uma "desomenagem" aos blocos líricos do carnaval do Recife. Prontinha para você ouvir aqui na minha interpretação.



Antiga Mente 
                                                                                Carlos Dantas


Não quero mais saber de andar de bonde  Tampouco, de viver de ilusões
Pierrô, amarre toda a poesia  Com as cordas desses velhos violões

As flores já murcharam de saudade   O galo, de tão velho, já morreu
Eu quero é mais que o siri esteja na lata  Mas vai pro rio, que o Ibama apreendeu

 - Refrão -

Fica no passado antiga mente  E não venha mais me assombrar
Eu sou folião, não sou demente  Se não vivi, como é que vou me lembrar? (bis)

Nunca vi aurora com o sol se pondo  Quero futuro e não mais evocações
E aquele bimbalhar de fantasias  É bem melhor penduricar nos barracões

As pastoras hoje não pastoram nada  Até o velho já desapareceu
A vassourinha tinha cabo de madeira  E o cupim, até a flauta, ele roeu

Fica no passado antiga mente  E não venha mais me assombrar
Eu sou folião, não sou demente  Se não vivi, como é que vou me lembrar? (bis)

Já não sou mais inocente, nem rebelde  Nem batuta, nem menestrel no Pina
E não tenho mais Lily no coração  No carnaval sou folião, é minha sina

Os valores do passado se perderam  E o frevo na Bahia se meteu
Se você não entende como canto isso  É só porque você não pensa como eu (bis)

Fica no passado antiga mente  E não venha mais me assombrar
Eu sou folião, não sou demente  Se não vivi, como é que vou me lembrar?



domingo, 13 de outubro de 2013

Bregar sem brigar


Tem gente que se acha! “Se acha” no direito de dizer que Restart, Teló, duplas caipiras, e outras manifestações musicais e artísticas não têm valor, e merecem, por isso, ser criticadas e desvalorizadas.
            Ignorantes de sua própria cultura, essas pessoas não sabem nem que fazem parte da mesma sociedade que consome esses produtos por eles desprezados. Cuidam com carinho do preconceito e da discriminação que vive dentro do peito, mas se colocam como defensores do que é bom e do que é cultura, como se isso fosse algo a ser controlado.
            Essas pessoas se dizem democráticas e, apenas, criticam esses artistas e essas manifestações, somente porque alguém disse que não prestava e elas acreditaram. Na maioria das vezes nunca nem escutaram as músicas que deploram. E sabem por que? Têm medo de gostar se ouvirem.
Nas redes sociais fazem apologia à amizade, ao respeito; compartilham ideias e pensamentos que, teoricamente, enaltecem valores positivos da humanidade, mas são os primeiros a repassar fotos montadas que avacalham com alguém, mostram pessoas em situações vexatórias, denigrem a dignidade de desconhecidos, numa brincadeira de mau gosto e de consequências pouco previsíveis.
Comentam informações sem terem o mínimo de conhecimento do fato. Só porque alguém publicou algo, essas pessoas lêem, e já acham que é verdade.
Como são fúteis e perigosas essas pessoas. Como são desprezíveis, assim como suas atitudes que desprezam os valores dos outros.

Só sabem olhar para o seu próprio umbigo. Só esquecem de lavar o umbigo na hora do banho.