Cada homem tem seu preço. Qual o seu?

Em 1980 a Olimpíada foi realizada em Moscou, na época, capital da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A união desfez-se, o comunismo acordou do sonho nunca realizado, e a China tomou a dianteira na liderança das potências orientais. Na época os EUA puxaram um boicote e tiveram como aliados países como Alemanha Ocidental, Japão, Coréia do Sul, Canadá, Argentina e Portugal.
O motivo da não ida aos jogos olímpicos foi uma represália à invasão, em 1979 por forças soviéticas, do Afeganistão, país que seria invadido pelos EUA duas décadas depois. Foi um grande momento em que a política falou mais alto que a união entre os povos pregada elo esporte. Claro que não foi a primeira celeuma nessa área, afinal Hitler já tinha dado o ar de sua bestial estupidez nos jogos de Berlim em 1936. E hoje, o que acontece?

A China pinta e borda com o Tibete, que alega ser seu território, e os jogos olímpicos viraram, mais uma vez, objeto de disputa política. A pouco menos de 120 dias para sua abertura - a tocha já está dando a volta ao mundo, indo para lá - ninguém se manifesta em favor de um boicote aos jogos. No dia 08 de agosto começarão as disputas, e a hipocrisia política será mostrada aos 4 cantos do mundo. Por que não se boicota a Olimpíada da China? O tamanho do balanço comercial com o gigante chinês que tudo compra e tudo vende é, sem dúvida, a resposta. Quem vai ter coragem de ameaçar a China? Quem vai ter coragem de propor uma reataliação, e levar em troco uma suspensão no comércio e na troca de dinheiro por parte dos chineses. Eles já mostraram que além de muita força econômica para usar, não têm nenhum escrúpulo. E nessa onda lá se vai a ética, a moral, os bons costumes, o bom senso e a verdade. Tudo em troca de alguns yuans. São muitos, mas é dinheiro, apenas.