domingo, 1 de junho de 2008

Crônicas


Mais uma vez trago para esse espaço uma crônica escrita há seis anos, mais precisamente em julho, e lida durante o programa radiofônico que eu apresentava. Já vislumbrando a edição 2008 da Fenneart, desencavei essa minha opinião sobre a edição de 2002. Espero que o bom continue e ruim seja resolvido.

FENNEART
Bela iniciativa a FENNEART que aconteceu no Centro de Convenções. Bem montada, muitos stands, muita variedade de produtos, muita gente de ambos os lados dos balcões.
O evento além de favorecer o intercâmbio cultural e comercial dos municípios, estados e países que estiveram participando, fornece a oportunidade de se conhecer um pouco da arte de cada um desses lugares e seus artesãos. É claro que houve espaço para aquele tipo de arte semi-industrializada e que encontramos em qualquer feirinha ou lojinha típica, mas valeu a pena a visita.
Obviamente nem tudo são flores num jardim, e os espinhos existem. Como em qualquer outro evento realizado no Centro de Convenções, a cobrança extorsiva do estacionamento já virou regra. Cobra-se mais para deixar o carro parado numa área sem urbanização, iluminação e relativa segurança, do que para se entrar e andar lá dentro visitando o evento. Isso é descabido. Pelo preço cobrado pelo Centro de Convenções para estacionar por duas ou três horas, tempo que geralmente se gasta nas visitas, você poderia passar o dia todo num estacionamento privado noutro local. É muito estranho que seja tão alto o valor cobrado ali.
Na entrada muitos homens vendendo ingressos ao mesmo preço da bilheteria. Indaga-se o motivo do trabalho dos cambistas. Ganha-se o quê com isso? Do evento em si ficou a impressão de que Recife está precisando de um novo lugar, maior, para as realizações de seus eventos.
O Centro está se ampliando? Ótimo, porque não cabe mais naquele espaço, eventos da magnitude do realizado na semana passada. Não sobrou espaço para nada e pode-se dizer até que faltou espaço para o público visitante. Longe de ser ruim, isso é ótimo, pois significa maciça participação e visitação; ruim é não ter aonde fazer um evento maior e oferecer mais conforto para o público e para os próprios feirantes.
Para sair do assunto, e do evento um fato lamentável. A comissão de pedintes na porta de saída do evento. Meninos, mulheres e velhos pediam ostensivamente uma ajuda. Os homens, como falamos antes, estavam na porta de entrada agindo como cambistas.
A segurança do evento limitava-se a controlar a saída do evento para evitar a entrada do público pela porta errada. Mas não cuidavam nem de afastar os pedintes. Como nesses casos a última impressão é a que fica, ficou, realmente, a imagem que a miséria e seus representantes também estiveram presentes na FENEART e muito bem representados.

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